O GOVERNO PETISTA E AS SUAS CONTRADIÇÕES

 

Clarisse Maia *

 

                  Mesmo no seio de segmentos que adotam posturas de consenso sobre seus interesses gerais, a contradição é sempre uma possibilidade iminente, uma vez que o dinamismo da realidade, a cada dia mais, suplanta as idéias, os programas e os projetos. No Partido dos Trabalhadores, que desde sua fundação se esmerou em privilegiar o debate entre suas diversas correntes de pensamento, este processo tende a ficar mais visível e agudizado, no momento em que Luiz Inácio Lula da Silva se elege, de forma histórica e sob grandes expectativas, presidente da República.

                  O percurso traçado pelo presente trabalho está baseado na perspectiva de que o Partido dos Trabalhadores (Lula inclusive), em sua longa caminhada até o poder, primou por ser um partido de oposição, com posturas intransigentes no que tange aspectos ético-morais e, desta forma, promovendo, de forma renitente ou fundamentada, cobranças radicais, lançando mão inclusive ao apelo à participação da sociedade numa postura pela cidadania.

                  Resta claro que Partido dos Trabalhados - que enquanto oposição por longo tempo firmou e afirmou uma imagem através do combate intransigente e cobranças por ações e posturas coerentes - uma vez no poder, se tornará o alvo fácil se não mantiver coerência com as suas próprias reivindicações e posturas, podendo ser acusado (com toda razão) de repetir as espertezas da política tradicional, traduzida na cena bizarra de Fernando Henrique Cardoso ao solicitar que esquecessem o que escrevera. Daí à pecha de falsa moralidade o pulo não será nada espetacular.

Desta forma, sob esta perspectiva, o governo Lula tem duas frentes.a enfrentar, qual sejam:

a) não repetir os erros, vícios, pecados e incompetências (a seu juízo) dos governos anteriores, os quais combateu de forma encanzinada;

b) efetivar um governo de mudanças, conforme a promessa mais repetida e reafirmada em campanha, mostrando competência e conhecimento da fórmula para tanto.

                  Estes aspectos, apesar de simbólicos, ganham importância em virtude de uma credibilidade adquirida pelo Partido dos Trabalhadores junto à sociedade, credibilidade e coerência que certamente não seriam cobradas com ênfase, caso a vitória nas últimas eleições sorrisse ao candidato José Serra, e o tucanato se mantivesse no poder. Há que se observar que as reiteradas promessas de mudanças, além de serem uma estratégia eleitoral, mantinham coerência com a trajetória do PT e da sua militância. Ocorre que, neste contexto, torna-se razoável a afirmação de que “O Partido dos Trabalhadores sempre cultivou símbolos na sua caminhada política, o principal deles encarnado no próprio Lula que, para vencer a eleição presidencial na quarta tentativa, brandiu a mudança do modelo econômico como a solução para todos os nossos males” (Pereira, 2002: 7).

                  A questão crucial de tal problema reside em como conciliar as dimensões contraditórias: promessas e posturas de cunho ético em oposição a uma realidade político-econômica, estruturalmente consolidada em sentido oposto. Ou seja:

Entre a simbologia e a realidade, porém, vai uma distância muito grande. E a delicada realidade econômica que vivemos não permite grandes arroubos dos governantes, logo se viu,. Mas, para manter vivo o símbolo de mudança, Lula rejeitou a permanência de Armínio Fraga no Banco Central, mesmo que provisoriamente, e se meteu na primeira grande enrascada de seu governo, que ainda nem começou. Ou alguém acha que colocar o presidente do Banco Icatu, Pedro Bodin, na presidência do BC representa uma mudança nos rumos da economia?” (Pereira, 2002: 7).

                  

O governo petista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se inicia sob condições nunca vistas no país, no sentido de que gerou uma gama de expectativas positivas junto à população em geral. Mesmo este fato inconteste gera expectativas inquietantes em analistas sociais, do tipo:

E, pior para Lula, ele foi eleito num clima quase de festa, num clima de palpável esperança exacerbada; foi eleito, como é do nosso vezo agir, como Salvador da Pátria” (Ribeiro, 2002: 7).

 

Nesta perspectiva, como é de praxe em todo início de governo, o presidente encontra à sua frente algumas facilidades que lhe permitem implementar suas primeiras ações, desembaraçado dos óbices oposicionistas. Entretanto, este início de governo, sob o slogan despolitizante de um “Lulinha Paz e Amor”, se dá imerso num verdadeiro festival de contradições que merece a atenção da sociedade em geral e dos analistas políticos em particular.

                  Diuturnamente a imprensa nos tem apresentado algumas críticas que, mesmo de caráter pontual ou mesmo fútil, não deixam de ter seus fundamentos na contradição que mais e mais se aprofunda no seio do partido e, em menor escala, do governo.

                  Trata-se de um governo que se inicia forte e, por conseqüência, com enorme poder catalisador das atenções. Este fato faz com que os possíveis setores que lhe são oposição, se retraiam a uma expectativa do desdobrar dos acontecimentos. Desta forma, fica a impressão de um governo, no momento, sem oposição e, portanto, desembaraçado para imprimir as mudanças prometidas nos palanques de campanha. Paradoxalmente, a maior preocupação do governo e da cúpula do Partido dos Trabalhadores, em relação a uma oposição, é detectada no seio do próprio partido governista. Uma presumida unidade partidária começa a fazer água e o descontentamento com o governo petista se faz presente dentro das suas próprias hostes, desde o início, com o entrevero que envolveu a senadora Heloísa Helena e a indicação de Henrique Meirelles para a presidência do Banco Central.

                  Observe-se que, após o primeiro desentendimento interno, os petistas no governo não dispensaram a mesma atenção aos correligionários, com que vem dispensando aos seus antigos e recentes opositores, chegando o jornalista Carlos Chagas a afirmar em artigo que o governo Lula trata os Geddéis e Calheiros com agrados, distinções e salamaleques. Confirmando esta impressão, mais uma vez faltou tato, e o ministro Antônio Palocci, ao marcar uma reunião com a bancada do partido, reservado apenas uma hora para atender mais de cem congressistas e que redundou em alguns saírem descontentes, abandonando a reunião e batendo portas.

O descontentamento começou a ser mostrado na semana passada, durante reunião da Executiva nacional. Dos 91 parlamentares petistas eleitos para a Câmara, pelo menos 20 pertencem a correntes chamadas de ´esquerda partidária`. O aumento dos juros será um dos principais questionamentos dessa ala. ´Nós elegemos um programa de mudanças. Mas a política de juros que aí está é abusiva. Nada mais é que um prosseguimento da política de Malan (ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan)`, criticou o deputado federal Babá (PA), um dos líderes da corrente Socialista dos Trabalhadores”. (Youssef, 2003: 17).

                  

Este encontro desastrado, no qual “O pouco tempo que Palocci reservou para a reunião – apenas uma hora – foi também motivo de críticas. Ele respondeu a apenas dez perguntas sorteadas, dentre as formuladas. Diante disso, a senadora, Heloísa Helena (PT-AL) e a deputada eleita Maninha (PT-DF) deixaram a reunião em protesto” (Lyra, 2003:A4) dá azo à tessitura de conjecturas sobre as conseqüências que decorreriam se, por necessidades do governo, o ministro Palocci mantivesse encontro de uma hora com Geddel Vieira, Renan Calheiros ou outro de igual escol. Mais que suscitar ciumeiras inconseqüentes exporia uma situação bizarra na qual a senadora Heloísa Helena, a deputada federal Maninha e outros parlamentares petistas representam pouca coisa se comparados aos opositores e politiqueiros na visão - oficializada por anos - do próprio Partido dos Trabalhadores.

A perdurar tal cenário, o PT corre o risco de desenvolver o embrião de um círculo vicioso a expandir a cizânia numa forma espiral crescente.

“Após 30 dias de governo, os rebeldes do PT romperam o silêncio que vinham mantendo desde a fase de transição, ainda no ano passado. As alas mais à esquerda do partido pressionaram ontem o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, na reunião que ele manteve com a bancada de 92 deputados federais e 14 senadores. Pediram o afastamento da diretora de fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, e criticaram o aumento da taxa de juros e o aperto fiscal. Para os integrantes das correntes mais à esquerda, é injustificável a permanência no governo do PT de alguém que cuja demissão foi pedida pelo próprio partido no governo anterior. Tereza foi acusada de favorecer banqueiros na época da desvalorização cambial de 1999. (...) A bancada não vai enquadrar o ministro, mas o ministro não pode também querer enquadrar a bancada” (Lyra, 2003: A4).

 

                  Neste mesmo diapasão, outros parlamentares do PT, tais como Luciana Genro que, apesar de filha do ministro Tarso Genro, tecem ácidas críticas às primeiras decisões do governo que não se farta de prometer as mudanças de rumo para o país. Ao denunciar que “o aumento de juros não está de acordo com o que o PT sempre defendeu. E até mesmo a Reforma da Previdência tem que estar sob a ótica da justiça social, e não do ajuste fiscal” e ponderar que “muita coisa vai esbarrar na base histórica do partido” (Youssef, 2003: 17), Luciana Genro nada mais faz que vocalizar o óbvio e aclarar a profunda dicotomia existente entre os discursos do presidente Lula (propugnando por mudanças) e os atos do seu governo (extremamente conservadoras e dando continuidade às políticas implementadas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, marcadamente de caráter neoliberal).

                  Neste caldo de cultura, de uma forma geral, as esquerdas do país formam um consenso de que:

A importância da eleição de Lula sem dúvida ultrapassa as fronteiras do país, expressando a mais retumbante reação eleitoral contra o modelo neoliberal no continente americano. Desse modo, as eleições no Brasil foram acompanhadas com atenção por todo o planeta, sem exagero, criando expectativas diversas desde os setores da burguesia, em especial os especuladores, aos da esquerda, quer seja a da ´onda rosa`, quer seja dos revolucionários” (Conselho de Classe, 2003: 4).

 

                  Ocorre que, mesmo neste consenso, pode-se aferir ponderável dose de desconfiança quanto ao destino reservado às promessas de campanha, principalmente as mais conseqüentes e radicais que prometem mudanças no modelo neoliberal. Mesmo os mais radicais observam o óbvio, que reside na circunstância de que “Lula não vem sozinho. Carrega o peso de enormes contradições entre a origem no movimento sindical de vanguarda e as alianças por que optou em nome de chegar enfim à presidência” (Conselho de Classe, 2003: 4). Também óbvio se torna o diagnóstico condicional de que, “Nesse sentido, eleger-se como representante dos anseios dos trabalhadores e governar de acordo com as ordens do FMI é um paradoxo” (Conselho de Classe, 2003: 4).

Ainda que tímida, uma onda de descontentamento com as contradições do governo que se instala está em gestação e, por isso mesmo, baseada em fortes indícios de que os procedimentos levados a público são iguais aos do governo FHC devidamente assessorado por pefelistas oportunistas e neoliberais de calibres variados.

Em que pese algumas trapalhadas naturais ocorridas na confecção do ministério, algumas escolhas e soluções ganham um significado que contradiz práticas enraizadas na politicalha pátria. Entretanto, podemos observar que, apesar do carisma e notoriedade, a atuação do ministro da Cultura, Gilberto Gil, deixou algumas pulgas atrás das orelhas do populacho e mesmo de sofisticados intelectuais, pelo fato de que ele “já chegou reclamando do dindin pouquinho”. O raciocínio que isso desperta é o de que as coisas continuam como antes no quartel de Abrantes, pois a sociedade sabe que

Gilberto Gil não precisa se preocupar com salário. Já-já, o dele, e o do Lula & ministério, vão pular de R$ 8 mil para R$ 12,7 mil. ´Ainda é uma merreca`, pensará o nosso vate, mas já melhorou um pouco, não? A turma do sereno, a do salário mínimo, os barnabés e 98% dos brasileiros iriam para o céu, sem escalas, com um presente de Natal desses” (Utzeri, 2002: B8).

 

                  No mesmo sentido de escarafunchar a obviedade da contradição, não é permitido a este governo utilizar as mesmas espertezas fartamente manipuladas desde que a República é República. Dessa forma, quando o velho e moribundo Congresso aumenta os salários dos próximos congressistas em 52% poupando-os de tal desgaste, a explicação de que a atual legislatura não tem culpa se torna admissível, pois “o PT, que sempre se opôs a isso quando era oposição, topou a jogada alegremente” mesmo sabendo que “Os demais cidadãos (?) vão amargar o arrocho por pelo menos mais um ano” (Utzeri, 2002: B8). Apesar de identificarmos algumas críticas como pontuais, de envergadura menor e mesmo injustas - debruçadas sobre o varejo pequeno da inveja ou da ciumada - elas ganham substância uma vez que podem ser extrapoladas com alguma lógica para o contexto maior da atuação do governo. As contradições patentes em tais fatos menores autorizam e reatualizam um raciocínio lógico-formal de que se torna inadmissível “o governo Lula nascer igual ao que passou nas áreas que realmente fazem a diferença, como a Fazenda e o Banco Central. A política anunciada não é a do PT, nem a de Lula, mas a de Armínio Fraga. Foi para isso que votamos no PT? Para continuar a política do Armínio Fraga?” (Utzeri, 2002: B8). Tais assertivas e questionamentos levam naturalmente à conclusão de que impor tais contradições como naturais e lógicas, é persistir no “mal que acomete o patriciado brasileiro tradicional: o de acreditar que somos todos idiotas” (Utzeri, 2002: B8).

                  Em todas as oportunidades de sua fala pública, o presidente Lula, não perde oportunidade de reafirmar a sua profissão de fé: promover as mudanças que o país necessita, combater a fome, o desemprego e a corrupção. Esta postura encontra eco e apoio em significativa parcela da sociedade

Afinal, o que mudou neste país? Bem, além de algumas ações pontuais, como o lançamento do Programa Fome Zero, mudou, fundamentalmente, o discurso. E é da maior importância que todos percebam isso para que se possa entender daqui para a frente este nosso país”. (Chico Júnior, 2003: 8).

 

                  Evidentemente que, a perdurar este estado contraditório entre a pregação do PT, pregação esta que levou Lula à presidência do país, e as ações concretas de governo, teremos uma enxurrada de críticas que cobram determinada coerência de quem sempre o fez. Razões de sobra têm os jornalistas e formadores de opinião de verbalizarem mais ou menos a lógica do homem comum e não é por acaso que nos deparamos com afirmativas de que o PT (ou o Lula, ou ambos) está optando pelo “faça o que eu mando”, uma vez que:

Pelo menos em relação ao Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental, o Governo Lula resolveu adotar a máxima do ´faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço`. Depois de muito criticar, através de sua bancada, o Governo FH por fixar valor menor por aluno do que o determinado por lei,os barbudinhos agora estão fazendo o mesmo” (Ramos, 2003: 6).

 

                  Nesta toada, começam a ficar por demais congestionadas as seções de cartas (e a Internet) dos meios de comunicação, com protestos contra uma postura que tem se mostrado óbvia: “o que disse e o que faz o PT”.

                  O mesmo movimento que um golpe de mestre do presidente Lula acalma o mercado, produz fissuras na credibilidade nas mudanças prometidas, mesmo que decisões necessárias e mesmo imperativas.

O clima durante, e especialmente depois, da reunião da bancada do PT com o ministro Palocci confirmou as piores previsões da direção do partido. As críticas internas eram esperadas, mas a direção petista esperava controlar o discurso dos radicais no lado de fora da sala. Isso não aconteceu. É sinalização clara de que será muito difícil segurar esse segmento da bancada na hora de votar projetos polêmicos, como as reformas da Previdência e trabalhista”. (Krieger, 2003: A6).

 

                  Dia 4 de fevereiro, a mídia televisiva se esbaldou com as imagens do presidente do PT, José Genoíno, afirmando, de forma patética, que a senadora Heloísa Helena estava sob “censura pública”, algo parecido com o bizarro silêncio obsequioso imposto pelo Vaticano a Frei Beto. Em outro tom, com imensa ironia, a senadora censurada rebateu que tal ato tinha o intento de “magoar uma pessoa e amedrontar muitas outras”. Na mesma cena de batalha, o deputado federal Lindberg Faria (PT/RJ) ponderava que “ameaçar os congressistas do partido não é o melhor caminho”.

                  O que está ocorrendo neste imbróglio é que os radicais do PT trabalham com uma lógica emparedada num absoluto, ou seja, por exemplo, observam a obviedade do absurdo que representa a manutenção no governo de uma personagem execrada anteriormente pelo partido, mas não levam em conta a necessidade legal da formulação de uma exoneração que depende do Senado, naquele momento em recesso. Por outro lado, os petistas no governo Lula, ao invés de adotarem uma postura de reconhecimento de contradições nas ações de governo, de forma arrogante, tergiversam e catam explicações inconsistentes. Esta atitude tem o condão de acirrar ainda mais, a já maturada impaciência das alas mais radicais do partido.

                  Observando o clima das eleições que conduziram Lula ao Palácio do Planalto, acreditamos que a postura mais sensata deve ser a de uma maior tolerância para com questões conjunturais e guardar o fôlego para o enfrentamento das dificuldades que surgirão no transcurso da luta pelas mudanças anunciadas e prometidas.

 

 

Referências bibliográficas

 

CHICO JÚNIOR, “Arma poderosa”, Rio de Janeiro, O Dia, 2/2/2003.

CONSELHO DE CLASSE, Agora é Lula. E agora Lula? Rio de Janeiro: SEPE, Ano VI Nº 32 – Janeiro 2003.

KRIEGER, Gustavo. “Língua solta”. In Informe JB, Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1/2/2003.

LYRA, Paulo de Tarso, “Bancada põe Palocci contra a parede”. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1/2/2003.

PEREIRA, Merval, “O simbólico e o real”, Rio de Janeiro: O Globo, 08/12/2002.

RAMOS, Mônica, “Faça o que eu mando”, in Informe do Dia, Rio de Janeiro: O Dia, 03/02/2003.

RIBEIRO, João Ubaldo, “Novidades de fim de ano”, Rio de Janeiro: O Globo, 08/12/2002.

UTZERI, Fritz, “Eu quero ser tailandês!”, in. Caderno B, Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 22/12/2002.

YOUSSEF, Leila. “Petistas radicais preocupam”, in O Dia, Rio de Janeiro, 28/01/03

 

Resumo: O presente texto busca analisar através de matérias veiculadas pela imprensa, em período determinado, as contradições detectadas entre a postura histórica do Partido dos Trabalhadores e os discursos de campanha eleitoral (prometendo mudanças) e as decisões (aparentemente conservadoras) do início do governo do presidente Lula.

 

Palavras-chave: Partido dos Trabalhadores, neoliberalismo, continuísmo, governo.

 

* Jornalista, escritora e teatróloga.