CINEMA E “REALIDADE”  BRASILEIRA:   SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA VISUALIDADE

 

Ana Lucia Lucas Martins *

                   

         O uso da imagem nas ciências sociais  é um tema que tem gerado em anos recentes  um conjunto de abordagens que se caracterizam, de uma maneira geral, por lidar com as imagens  como “um modo de ver” e um “modo de pensar”. Um dos aspectos a ser problematizado é o das formas como a produção de imagens é mediada. Neste artigo pretende-se explorar especificidades culturais, históricas e políticas  que mediaram  “visões”  da realidade brasileira produzidas pelo cinema novo entre os anos 50 e o golpe de 1964.      

 

Anos 50 - 64 : a euforia dos tempos

        

As transformações que ocorrem na sociedade brasileira estão associadas à emergência  de uma segunda etapa do processo de industrialização principalmente  quando se inicia o governo JK (56-60) (Farias, 1983; Mendonça, 1986).  Uma das características do período é a formulação de um projeto de “crescimento e modernização econômica conhecido como desenvolvimentismo”. Pécault (1990:100) define o desenvolvimentismo como uma “forma de teorizar a industrialização” em moldes particulares. O desenvolvimento estaria associado à idéia de soberania nacional, à  “descoberta e auto-afirmação da identidade nacional”.   

        

Carlos G. Motta resume o que significou, do ponto de vista ideológico, o final dos anos 50 e meados da década de 60.  Segundo o autor foi o momento onde foram “forjadas novas concepções de trabalho intelectual, definiram-se novas opções em relação ao processo cultural assim como novas e radicais interpretações no tocante à ideologia da cultura brasileira” (Motta, 1984:154). Foi um período de “fabricação” e “consolidação” de um sistema ideológico com “múltiplas vertentes”: “nacionalista”, “neocapitalista”, “liberal”, “desenvolvimentista”, “sindicalista”, ”marxista”. Um conjunto de “idéias-força” compõe este “sistema ideológico”: a crença no “Brasil país do futuro”, a “consolidação da identidade nacional”, “cultura brasileira”, “consciência nacional”. Idéias que, segundo Benevides (1991: 156), revelam “as várias formas de que se reveste a velha questão, irresolvida,  de atraso versus modernidade, ou a ‘vontade de superação do subdesenvolvimento`” .

 

No cinema, o “povo em vista”. 

           

      Uma questão relevante do período  é o problema de “adequação do cinema à realidade brasileira”. O “nacional-popular”, a “política de autor”, o cinema “arte-espetáculo, espetáculo-arte,” são modos como se problematiza a questão.

 

      Segundo Galvão e Bernadet (1983:33), “os conceitos ‘nacional` e ‘popular`  são quase  extensivos à própria história do cinema e das idéias cinematográficas no Brasil”. Para os autores desde os anos 10 e 20 as idéias cinematográficas apresentam preocupações, ainda que rarefeitas, com temas relativos ao “nacional” e ao “popular”. O problema de “ser nacional”, isto é, de representar o que é “nosso” (usos, costumes, belezas naturais, acontecimentos, personalidades) surge desde o início do cinema no Brasil, porém, esta representação, do que é “nosso”, não implicava num questionamento da linguagem, em que o modelo continuava sendo o cinema estrangeiro, em particular, o cinema americano. A idéia de “ser popular”, de fazer filmes com temática referente ao povo é problematizada mais tardiamente. Num primeiro momento a idéia de um cinema popular remetia para aquilo que “é apreciado pelo público” e não para o que é representado. É na década de 30 que se configura “uma preocupação com o popular como ‘retrato do povo`”.  Alex Viany (apud Galvão e Bernadet, 1983:33) destaca Favela dos Meus Amores de Humberto Mauro (1935) como o primeiro filme que tratou do “subdesenvolvimento brasileiro” apreendendo, ainda que de forma idealizada, um de seus aspectos mais dramáticos que era a vida nos  morros cariocas. Viany também afirma que o filme com suas tomadas na própria favela e com participação de seus moradores constituiriam uma antecipação do “neo-realismo”. João Ninguém de Mesquitinha (1937) dá continuidade a esta temática popular, captando um “tipo carioca” e, nos anos 40, com a Atlântida,  o “sentido popular” do cinema brasileiro, aparece em filmes como Moleque Tião de José Carlos Burle e Alinor Azevedo (1943). A chanchada carioca, ainda que vista numa perspectiva crítica, se “aproximou do universo popular divulgando a ‘língua viva e os tipos populares da grande cidade`” .(Santos,1975).

           A década de 50 traz mudanças significativas para o  debate sobre o cinema brasileiro com um movimento de crítica à “situação objetiva do nosso cinema” (Galvão e Bernadet, 1983). Os autores citam os congressos de cinema de 1952 e 1953, promovidos pela Associação Paulista de Cinema, como o momento em que foram colocados em pauta a idéia de que o cinema deveria ir “ao encontro da cultura brasileira”. Alguns dos principais defensores desta proposta, Nélson Pereira dos Santos e Alex Viany (1965:190) apareciam ainda como vozes “marginais” no debate em que se criticava a “dependência do mercado brasileiro à importação indiscriminada do produto estrangeiro, a dependência do diretor brasileiro à mentalidade cinematográfica imperante em Hollywood e outros grandes centros de produção...”  

     

Analisando como que a formulação de um cinema fundado na realidade brasileira aparece nas propostas de articulistas da revista Fundamentos, Galvão e Bernadet (1983: 80) mostram que o debate expressa maior preocupação com o “conteúdo” dos filmes. A “questão da forma”, da linguagem,  surge, ainda,  de modo vago, superposta a outras questões como a da construção de uma indústria cinematográfica. O  que se verifica, segundos os autores, nas idéias colocadas em discussão,  “é uma tensão entre as características estéticas e ideológicas do cinema a que se aspira e o jogo de mercado e da reprodução da produção”.

        

A idéia de um cinema “brasileiro nacional e popular” que circulava em publicações da época forneciam as bases para  uma  proposta cinematográfica (1). Na busca de afirmação de uma nova concepção de cinema criticava-se a representação que era feita do povo, em particular, nos filmes da Vera Cruz, companhia cinematográfica criada em 1949, em São Paulo. Os filmes, segundo Nélson Pereira dos Santos,  veiculavam uma visão “desmoralizante” e “pessimista” do povo. Um pretenso “cosmopolitismo”, manifestava o “desprezo pela realidade que vive o povo de nossa terra” e acusava um “cinema burguês simpático à política imperialista” (2). Um “filme nacional e popular” deveria se contrapor ao “pessimismo da burguesia e à sua visão humilhante do povo” não só “mostrando os usos e costumes” mas “apresentando a nossa gente”.

       

É no contexto deste debate no meio cinematográfico que vão surgir filmes significativos sobre ambientes populares em meio urbano, como Agulha no Palheiro de Alex Viany (1952) e Rio 40 Graus de Nélson Pereira dos Santos (1955), filme, este, inspirado no neo-realismo italiano, “anti-Vera Cruz por excelência” e que já expressa o “engajamento político da proposta cinematográfica” - no sentido de ser um filme que tem “o povo em vista” - que virá a ser desenvolvida de forma mais explícita num momento seguinte com o  Cinema Novo. O neo-realismo nos anos 50 funciona como modelo para o cinema brasileiro na sua aspiração de “autenticidade” e no seu desejo de retratar “o povo nas ruas”. (Galvão e Bernadet, 1983)

 

       Segundo Paulo Emílio Salles Gomes (1980: 81),  um “clima intelectual” em que idéias socialistas e comunistas tinham se alastrado, desde o fim dos anos 40, e a difusão da  “prática do  neo-realismo”, após o término da guerra, foram  elementos  que conduziram o cinema para uma perspectiva de representação da vida popular.

 

 O Cinema Novo de 1959-1964:  consolidação de uma proposta

 

          A reflexão sobre o cinema que se desenvolveu até a década de 50 caracterizou-se como  um “fenômeno isolado”. Segundo Glauber Rocha (1965), durante muitos anos o cinema brasileiro viveu numa condição de “marginalismo intelectual”, no sentido de ser  um cinema  desvinculado da “cultura brasileira”. Paulo Emílio Salles Gomes (1986:318) afirma que até “a década de 40 e meados da seguinte”, o cinema brasileiro não exercia o “menor apelo” sobre a “intelligentsia”.   

         

A idéia central que parece estar na origem da formação do Cinema Novo era a convicção de que se devia superar uma “mentalidade de colono”, que de forma geral estava presente nas manifestações culturais, e pensar uma concepção  de cultura que se colocava no contexto da época; a  cultura associada à representação do popular (Viany, 1965: 191).  Para Viany o divórcio no Brasil entre povo e cultura era um empecilho quando se tratava de pensar a construção de um cinema nacional. No campo cultural encontravam-se poucas obras que se construíram de um ponto de vista popular. É o caso, no século passado, da literatura com Memórias de Um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, no século 20 encontramos a obra de Lima Barreto. No teatro as peças de Martins Pena e, por volta de 1920, Oduvaldo Viana. Neste sentido, segundo Viany (1965), a arte “realista, social e politicamente motivada, de fixação de tipos populares (...) é vamos reconhecer, coisa quase de nossa geração”. No cinema o que existia como referência era a experiência dos tipos populares da chanchada, e a de  Humberto Mauro, cuja redescoberta se dá  mais tarde.

     

Uma tese apresentada por P. E. Salles Gomes, na I Convenção Nacional de Crítica Cinematográfica, em 1960, intitulada “A Situação Colonial” vai ter “profunda” repercussão na “emergente geração do Cinema Novo” (Ramos, 1990).  A tese teria proposto uma análise do cinema brasileiro a partir da presença da “marca cruel do subdesenvolvimento”.  Usando o “conceito de alienação” - central  na prática e na reflexão cinematográficas no Brasil dessa época - Paulo Emílio analisa a “dissolução de natureza” entre a realidade social que vivem os produtores culturais brasileiros e suas aspirações a partir de reflexos de realidades sociais situadas fora de nossas fronteiras”.... Prosseguindo, Ramos (1990: 322) afirma  que “o mais interessante” na análise do crítico “é a exploração da ambiência psicológica que a situação colonial detona: um clima depressivo caracterizado por constantes lamentações, desgaste e frustração” .

        

A tese apresentada por Paulo Emílio será objeto de debate por teóricos da cultura como Roberto Schwarz. O autor problematiza a pertinência da noção de “colonialismo cultural”, no contexto da década de 60. Schwarz vai ressaltar que, embora deslocada, a idéia de “colonialismo” é eficiente . Nas palavras do autor,

 

“É que a noção, apesar de obviamente imprópria - não é preciso ser sociólogo para perceber - contém alguma coisa que interessava as pessoas. Esta coisa era a possibilidade de denunciar queas mentalidades estavam colonizadas. O que se entendia por isso?  A idéia é a de que o modelo (...) de nossa vida cultural são as formas artísticas existentes nos países, digamos, mais prestigiosos culturalmente, e que acontecem serem também os que são economicamente desenvolvidos (...) O esforço de descartar esses modelos e de encontrar forma para essa experiência real, penso que esse esforço é que era visado na idéia de descolonização. Por que obviamente tal idéia não esta sendo usada em sentido próprio (Schawrz, R. apud em Galvão e Bernadet, p. 165.)              

        

Há um consenso entre cineastas do Cinema Novo, críticos e estudiosos de que o Cinema Novo não teve “uma escola, nem um estilo de fazer cinema”. O que se convencionou chamar de Cinema Novo foi o agrupamento de alguns jovens que partilhavam de um mesmo interesse; o de fazer um cinema de características modernas no Brasil.

       

Nas palavras de Glauber Rocha (1965), o movimento nasceu

 

como um problema de geração: os novos diretores que surgiam queriam fazer filmes, e, por uma contingência toda especial, que ocorria pela primeira vez, puderam estabelecer algo assim como um programa comum (...) o novo grupo foi sendo formado nos clubes de cinema, no GEC (grupo de estudos cinematográficos da UME), no suplemento do Jornal do Brasil, no Metropolitano”.

 

Os componentes deste grupo inicial, no Rio de Janeiro,  eram os cineclubistas Paulo César Sarraceni, Léon Hirszman,  Miguel Borges,  Marcos Farias , Mário Carneiro, Joaquim Pedro de Andrade, Saulo Pereira de Mello, David Neves e outros .

        Segundo Diegues:

 

Cinema Novo não tem data de nascimento, manifesto histórico ou semana  de comemoração. Não foi criado por uma pessoa nem teve um líder. Não tem teóricos oficiais, nenhuma celebridade, ídolo ou mestres. O cinema Novo não é novo por causa da juventude de seus praticantes nem é  modismo. Cinema Novo é  apenas parte de um grande processo de transformação da sociedade brasileira que alcança a atividade cinematográfica”. (apud Stam and Jonhson, 1995: 65).

 

Mesma percepção foi também apontada por Paulo Emílio Salles Gomes (1980: 38) ao dizer que o Cinema Novo

 

é parte de uma corrente mais larga e profunda que se exprimiu igualmente através da música, teatro, das ciências sociais e da literatura. Essa corrente - composta de espíritos chegados a uma luminosa maturidade e enriquecida pela explosão ininterrupta de jovens talentos - foi por sua vez a expressão cultural mais requintada de um amplíssimo fenômeno histórico nacional”.

         

A realização de um “cinema popular” é uma proposta cara ao cinema nos anos 60. Em primeiro lugar, as idéias de “popular” e “nacional” não são concebidas de forma dissociada. O “cinema popular” não é apenas aquele que cria representações a partir do universo popular mas ele adquire um novo sentido na medida em que é um cinema que também pretende “dirigir-se ao povo”, e expressar “a consciência da defasagem cultural (e social) entre as diversas classes sociais”. O aspecto marcante do Cinema Novo seria a utilização, pelos cineastas, de elementos da “cultura popular” como matéria-prima de um “cinema popular”, dirigido ao povo .(Galvão e Bernadet (1984:21).

      

Desta forma, as experiências iniciais do Cinema Novo elegem um campo  temático para explorar. Uma das características, apontada por alguns autores, sobre os filmes do que considera  “primeira fase” (3) do Cinema Novo, que compreende os anos 59/60 à 64, é que:

 

“os filmes dessa fase tratam principalmente do lumpen urbano e rural, da fome, da violência, da religião e da exploração econômica. Os filmes compartilham um certo otimismo político característico dos anos desenvolvimentistas como da juventude de seus diretores que partilhavam uma espécie de crença de que mostrar os problemas seria o primeiro passo para em direção à solução” (Johnson and Stam, 1995:33).

 

        Cinco Vezes Favela é  produzido no Rio de Janeiro, em 1962,  pelo Centro Popular de Cultura,  da União Nacional dos Estudantes.  A realização de Cinco Vezes Favela iria gerar conflitos e polêmicas  entre o grupo do Cinema Novo e os jovens que mantinham atividades nos núcleos do CPC. As polêmicas se davam em função da instrumentalização da arte para satisfazer necessidades políticas imediatas. (Ramos,  1990: 334). As discussões em torno do grupo do Cinco Vezes Favela e membros do CPC, iriam dar forma a um intenso debate em torno da própria linguagem cinematográfica. (Ramos, 1990: 335).  

       

A “questão da forma” ou da linguagem tornou-se um dos assuntos centrais  do debate da época. Neste aspecto o Cinema Novo, distinto do que ocorria nos anos 50, vai definir, através da forma, o “caráter nacional-popular” dos filmes. É mesmo uma das “metas” deste cinema “a busca de uma linguagem própria para o cinema nacional (...) a um conteúdo novo deve corresponder uma forma nova” (Galvão e Bernadet, 1984:23). Como afirma Viany (1993), o então “fluido e indefinido movimento nascente” mostrava determinação para “encontrar uma linguagem cinematográfica verdadeiramente capaz de refletir os tremendos problemas sociais e humanos do país”.

    

É ainda no início da década de 60 que o cinema Novo retoma, de “forma vigorosa”, a oposição cinema espetáculo x cinema arte. A retomada do debate se põe, de acordo com  Galvão e Bernadet (1982), nos seguintes termos. Primeiro, a antiga antinomia presente desde as origens do cinema “espetáculo x arte” encontra na emergência da televisão um fenômeno que pode retirar do cinema a sua “função de meramente divertir e optar por ser arte”. Segundo, a oportunidade de se constituir um “cinema-arte” era atribuída ao subdesenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira, “permitindo que se possa partir do ponto em que os outros chegaram, de começar onde os outros acabaram”. A idéia que está em voga é a de que o cinema industrial inviabiliza o cinema-arte. E é neste sentido que a nouvellle vague é vista como um caminho para os cinemas novos - “a alternativa é o cinema independente”.

     

O que Bernadet e Galvão (1982)afirmam  é que a busca de uma  “forma nova” não significou uma posição de isolamento em relação ao cinema internacional. Significou antes, uma reorientação dos modelos. No entanto a idéia de modelo tem sido rejeitada no âmbito da crítica recente (4). Essa nova relação com o cinema estrangeiro, criada na produção do cinema novo, seria de interlocução com as  propostas do “cinema de autor”, principalmente, mas também nas experiências do “moderno cinema europeu”, na obra da vanguarda soviética, do neo-realismo. Esses são alguns aspectos que mediaram a produção de  uma teoria visual sobre o Brasil.

 

Notas

 

[1] Galvão e Bernadet se referem às opiniões de Carlos Ortiz, Alex Viany, Nélson Pereira dos Santos e Rodolfo Nanni que circulavam na Revista Fundamentos (1951) .

[2] Cf Galvão e Bernadet pp 68-70. As afirmações foram veiculadas na Revista Fundamentos.

[3] A produção cinematográfica desta primeira fase consta de cerca de 42 filmes, sendo dois curta metragens, onze documentários e dezenove longas metragens de ficção. A maior parte da filmografia concentra-se na produção carioca e baiana. Os filmes são: Pátio e Cruz na Praça (curtas de 58 e 59 ), Barravento (61), Deus e o Diabo na Terra do Sol (63) de Glauber Rocha; Rio 40 Graus (55), Rio Zona Norte (57), Boca de Ouro (60), Mandacaru Vermelho (61), Vidas Secas (63) de Nélson Pereira dos Santos; Caminhos (59), Arraial do Cabo (doc. 60), Porto das Caixas (61), Integração Racial (doc. 64);  O Poeta do Castelo (doc.59), Couro de Gato (61), Garrincha Alegria do Povo (doc. 63) de Joaquim Pedro de Andrade; Escola de Samba, Alegria de Viver (61) , Ganga Zumba, Rei dos Palmares (63) de Carlos Diégues; Orós (doc. inac. 1960), O Cavalo de Oxumaré (doc. inac. 1961), Os Cafajestes (62), Os Fuzis (63); Cidade Ameaçada (60), O Assalto ao Trem Pagador (62), Selva Trágica (63) de Roberto Farias; A Grande Feira (60), Tocaia no Asfalto (62), Crime no Sacopã (63); Agulha no Palheiro (53), Rua sem Sol (54), Sol sob a Lama (63) de Alex Viany; Pedreira de São Diogo (61), Maioria Absoluta (doc. 63) de Léon Hirzman; A Morte em Três Tempos (63), Brasília, Planejamento Urbano (doc. 64) de Fernando Coni Campos; Meninos do Tiête (doc. 62), Subterrâneos do Futebol  (doc. 64) de Maurício Capovilla; Nordeste Sangrento (63) de Wilson Silva; da Cachorra (51) e Canalha em Crise (63) de Miguel Borges; Um Favelado (61) de Marcos Farias e Apelo (doc. 61) e Bahia de Todos os Santos (61) de Trigueirinho Neto.  Cf. Sarraceni,P.C. Por Dentro do Cinema Novo.

[4] A idéia é apresenta por José Carlos Avelar em ImagiNação in Tudo é Brasil.

 

 

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Resumo:

A partir de textos sobre cinema produzidos  pelos próprios realizadores, entrevistas de cineastas que circulavam na imprensa da época, trabalhos de natureza teórica de estudiosos sobre cinema e cultura brasileira  este artigo aborda algumas questões que mediaram a construção de uma teoria visual sobre o Brasil.  

 

Palavra-chave:  sociologia ; teoria visual; cinema brasileiro.

 

* Doutora em sociologia. Professora visitante do Departamento de Sociologia da UFRJ e trabalha com o tema: usos da imagem nas ciências sociais.

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